Línguas Estranhas (Poema)
Deus é o silêncio do universo
E o ser humano o grito que dá sentido
Á esse silêncio.
José Saramago
Minha querida mãe falava línguas estranhas
E chorava
E também levitava no dom da profecia.
Meu pai maestro falava línguas estranhas
E pregava
E ao acordeom tocava enquanto harmonia
Minha irmã Clarice falava línguas estranhas
E cantava
E a tudo amava em perfeita sintonia
Eu, pobre de mim, escrevo poesia
Língua estranha em que se lanha a serventia
E lustro a alma na linguagem e alquimia
Porque sensibilidade
E espiritualidade, é, toda via...
O pai foi tocar acordeom de estrelas para Deus
Em angélicos dobrados
A mãe foi fazer pamonhas de crepúsculos no céu
E de orações tece seus rubros bordados
Clarice viúva ainda sonha um príncipe encantado
Que num volkswagen branco virá montado
Eu, poeta, pobre coitado
Fui de mim mesmo condenado
A escrever poemas para pegar os meus pecados!
-0-
Silas Correa Leite – Santa Itararé das Letras
E-mail: poesilas@terra.com.br
Blogue: www.portas-lapsos.zip.net
Deus é o silêncio do universo
E o ser humano o grito que dá sentido
Á esse silêncio.
José Saramago
Minha querida mãe falava línguas estranhas
E chorava
E também levitava no dom da profecia.
Meu pai maestro falava línguas estranhas
E pregava
E ao acordeom tocava enquanto harmonia
Minha irmã Clarice falava línguas estranhas
E cantava
E a tudo amava em perfeita sintonia
Eu, pobre de mim, escrevo poesia
Língua estranha em que se lanha a serventia
E lustro a alma na linguagem e alquimia
Porque sensibilidade
E espiritualidade, é, toda via...
O pai foi tocar acordeom de estrelas para Deus
Em angélicos dobrados
A mãe foi fazer pamonhas de crepúsculos no céu
E de orações tece seus rubros bordados
Clarice viúva ainda sonha um príncipe encantado
Que num volkswagen branco virá montado
Eu, poeta, pobre coitado
Fui de mim mesmo condenado
A escrever poemas para pegar os meus pecados!
-0-
Silas Correa Leite – Santa Itararé das Letras
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